Este é o brasão do município mais antigo que se conhece, provavelmente do século XV ou até anterior. Feito em mármore, é formado por quatro semicírculos em baixo relevo, dispostos em forma de uma cruz, esculpidos sobre uma pedra quadrada. Apresenta os elementos heráldicos da família dos Riba de Vizela: um leão, em posição designada por “andante”, ladeado por duas cruzes do tipo “pateado”. 
A presença destes símbolos nobiliárquicos justifica-se porque D. Gil Martins de Riba de Vizela (1235-1274) – nobre cavaleiro, mordomo-mor do rei D. Afonso III – foi o primeiro senhor do espaço correspondente à actual vila de Viana. Este território era, então, designado por herdade de Foxem e esta foi doada a D. Gil Martins de Riba de Vizela, em 1259, pelo concelho de Évora, por ordem régia de D. Afonso III, para pagamento dos bons serviços prestados à Coroa. No senhorio da vila seguiu-se o seu filho Martim Gil (1255-1295) e, depois, o seu neto, também de nome Martim Gil (conde de Barcelos). A jurisdição desta família sobre a vila, fundada por D. Gil Martins, fez com que os seus símbolos heráldicos passassem a constar no brasão municipal. 
O brasão possui, ainda, duas estrelas de David, ou signos de Salomão, que aludem à comunidade judaica que existiu na vila desde a sua fundação no século XIII até, pelo menos, ao século XV.
A vila, que aqui terá sido criada por D. Gil Martins, numa lógica de ocupação do território, de promoção da sua defesa e de desenvolvimento económico recebeu o nome de Viana de Foxem. No seguimento de investigação de Francisco Baião, sabemos que este mesmo nome esteve gravado neste brasão até a inscrição ter sido alterada, provavelmente já no século XVIII, numa tentativa de coadunar a representação com a designação mais actual da vila. De facto, ao longo do tempo a denominação da localidade foi sendo alterada: Viana de Foxem (ou Foxin, ou Fosin...), Viana a par de Alvito (ou Viana de Alvito), Viana a par de Évora e Viana do Alentejo. Todavia, os diferentes nomes em determinadas épocas eram utilizados indiscriminadamente. Por exemplo, já no século XVII, no termo de abertura de um livro de posturas da câmara, ainda se escreveu Viana de Fossin quando nessa época já a vila era designada de Viana a par de Alvito, designação esta que nos aparece nos séculos XV e XVI.
Este brasão, dadas as suas características, terá vindo dos antigos Paços do Concelho, que se situaram do castelo até ao final do século XVII, altura em que foi construído o novo edifício camarário na praça para onde o brasão terá sido transferido e onde hoje se encontra. Nessa altura se ordenou a gravação da data de 1683 na pedra base do brasão para assinalar o início das obras da nova câmara.   

REFERÊNCIAS
BAIÃO, Francisco, “A «vila que chamam Foxem e o seu termo»”, Boletim Municipal do Município de Viana do Alentejo, nº79, Junho de 2013, pp. 38-39.
BAIÃO, Francisco, “A Herança dos Riba de Vizela: As Armas da Vila de Vianna de Foxen”, Boletim Municipal do Município de Viana do Alentejo, nº 81, Fevereiro de 2014, pp. 32-33.
TÁVORA, Luís Gonzaga de Lancastre e, O estudo da sigilografia medieval portuguesa, Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1983