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Pela aparência deverá ter sido edificada no século XVI, em zona rural hoje conhecida pelo mesmo nome, e encontra-se inserta em propriedade privada e em estado de ruína muito avançado. De certa importância arquitectónica, desconhece-se o seu encomendante, bem como os motivos da sua construção.
Integra-se no estilo gótico-mudéjar da região Alentejana. Possuía uma só nave com abóbada de arestas. De época posterior seria a capela-mor, de planta quadrada e com cobertura em forma de cúpula, bem como o nartex.
Possui hoje apenas os alçados laterais da nave e os alçados da capela-mor. Todavia, apesar de o edifício ser irrecuperável, é ainda visível, apenas na capela-mor, a existência de pintura mural que será coetânea com a reedificação da cabeceira. A composição pictórica seria dedicada ao padroeiro e estaria pelo menos nos alçados. Vê-se ainda, na parede Sul, Cristo com São Pedro. Nas trompas surgem os Evangelistas, identificando-se São Marcos, e na cúpula terão existido personagens sob nuvens que se coloca como hipótese poderem ter sido anjos músicos, como é habitual noutros templos católicos.
Os elementos estilísticos observados como as figuras, a paleta cromática, os ornamentos e a organização compositiva, fazem Catarina Vilaça de Sousa integrar este exemplar de pintura a fresco no repertório da oficina de José de Escovar, ilustre pintor quinhentista eborense.
REFERÊNCIAS
SOUSA, Catarina Vilaça de, Roteiro Rota do Fresco, s. l., AMCAL, 2003