Foi comprada em 1657 pela família Fragoso de Barros e reformada nos séculos XVII-XVIII, o que lhe deu a atual aparência, com alguns apontamentos barrocos.
A fachada, antecedida por pórtico de três arcadas plenas, é encimada por frontão triangular e campanário, ladeado por dois pináculos piramidais.
O interior é composto por nave, capela-mor e sacristia.
A nave, de planta retangular, tem cobertura de abóbada de berço que está dividida em três tramos e é decorada com estuque e escaiolas coloridas.
Os alçados da nave têm pilastras em tromp l'oeil e consolas encimando-as.
No primeiro tramo, do lado da Epístola, está a pia de água benta de mármore. No alçado do lado do Evangelho, estava o acesso ao púlpito, hoje desaparecido.
A capela-mor é antecedida por arco-triunfal decorado com estuques policromos no cimafronte (tiara e chaves de S. Pedro) da arte rococó, tem planta quadrangular, e está coberta por abóbada de berço. Esta encontra-se completamente revestida por pintura mural, a fresco, com acabamentos a seco, alusiva a nove momentos da vida de S. Pedro. As cenas são legendadas em português arcaico e têm um pano de fundo preenchido por cores escuras. Há uma divisão tripartida das cenas e a cada linha divisória correspondem três painéis. Partindo do interior para o exterior, do lado do Evangelho: "S. Pedro dá esmola a um pobre", "S. Pedro é crucificado pelos tiranos" e "S. Pedro é preso pelos tiranos". Ao centro: "Transfiguração de Cristo perante S. Pedro", "Cristo salva S. Pedro das ondas" e "Cristo lava os pés a S. Pedro". No lado da Epístola: "Anjo livra S. Pedro do encarceramento", "S. Pedro chora na lapa" e "S. Pedro corta a orelha a Malco". Na parede fundeira da capela-mor, que também esteve coberta de pintura mural, existe um pequeno nicho para exposição de uma imagem. Os alçados laterais da capela têm rodapés revestidos por pintura mural de enxaquetado e no centro de cada um deles existem duas composições de pintura mural, figurativa, envolvidas por molduras em alvenaria: Santa Apolónia e Santo Amaro. No pavimento está a sepultura da instituidora e herdeiros.
A sacristia, de planta quadrangular, é coberta por abóbada decorada com estuques coloridos com simbologia representativa dos atributos de S. Pedro: a tiara papal, as chaves, as cadeias, o galo e a barca de pescador, envolvidos por laçaria barroca. O espaço tem ainda uma pia de água benta cilíndrica, em mármore, e um lavabo, também de mármore, com as chaves de S. Pedro entrelaçadas.
Nesta igreja esteve sediada a confraria de Nossa Senhora das Brotas.
REFERÊNCIAS:
ALCÂNTARA, Joaquim Pedro de, Breves Memórias da Villa das Alcáçovas, Évora, Minerva Eborense, 1890.
ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal. Distrito de Évora. Concelhos de Alandroal, Borba, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Viana do Alentejo e Vila Viçosa, Lisboa, Academia Nacional de Belas Artes, Tomo IX, Vol. 1, 1978.
SOUSA, Catarina Vilaça de, Roteiro Rota do Fresco, s. l., AMCAL, 2003.