Francisco António Lagarto é a referência maior da olaria tradicional de Viana.

Nascido em Viana do Alentejo em 1909, formou-se na escola de olaria de Viana do Alentejo, tendo-se posteriormente tornado professor na instituição, depois de concluído o Exame de Estado nas Caldas da Rainha para se poder tornar efetivo. 

A sua mestria e capacidades inatas levaram-no a outras paragens, tendo lecionado nas Caldas da Rainha, Coimbra e no Porto, mais concretamente na Escola Superior de Belas-Artes, onde sempre teve grande prestígio.

Juntamente com Aníbal Alcino, procedeu à reforma dos processos de produção cerâmica da escola-oficina Médico de Sousa na década de 60 do século XX, dando seguimento às novidades e mudanças já principiadas por Júlio Resende nos anos de 1949-1951.

Sempre granjeou a mais altas das estimas por entre as gentes de Viana, que ainda hoje recordam as suas palavras e o seu saber estar e boa disposição.

Homem de muitas facetas, viria a falecer em 1977. Fontes orais e escritas revelam que a vila em peso marcou presença na despedida final ao mestre, comprovando a importância dos seus ensinamentos, da sua partilha ao calor dos fornos a lenha, dos gestos de mãos sobre mãos que moldaram o barro e que instruíram os vianenses no caminho da modernidade.